PDL concede Título de "Piracicabanus Praeclarus" à Valdiza Capranico
Vereadora protocola projeto para criar a Semana Municipal de Cinema
Proposta, de Silvia Morales, confere ao evento o nome de Leonardo Villar, ator piracicabano de fama internacional, que morreu em 2020
A vereadora Silvia Morales (PV), do mandato coletivo A Cidade é Sua, protocolou na segunda-feira (16) projeto de lei que visa instituir no calendário oficial de eventos de Piracicaba a Semana Municipal de Cinema. A iniciativa foi sugerida por um coletivo de produtores audiovisuais independentes que procurou o gabinete da parlamentar.
O projeto de lei 178/2023 confere ao evento o nome de "Semana Municipal Leonardo Villar de Cinema", em homenagem ao ator piracicabano de fama internacional que morreu em 3 de julho de 2020, aos 97 anos. A comemoração ocorrerá anualmente na semana de 19 de junho, data em que se celebra o Dia Nacional do Cinema e próxima do dia 25, em referência ao aniversário de Villar.
Em reunião com o mandato coletivo, os produtores e diretores de cinema Gabriel D'Ávila, Rober Caprecci, Bia Ferreira, Cris Mendes, Gabriel Ramiro, Laura Castralli e Matheus Bueno, do Coletivo Cena 14 – Rede de Produtores Audiovisuais Independentes, discutiram sobre os rumos da produção audiovisual de Piracicaba, tendo em vista os editais da Lei Paulo Gustavo.
O coletivo, que também faz parte do Fórum de Cinema do Interior – iCine, reforçou a preocupação com o destino das produções que serão realizadas com verba dos editais da lei. A reunião definiu pela criação de um grupo de produtores e diretores para esclarecer as dúvidas dos deputados estaduais sobre o projeto de lei 573/2023, de autoria de Luiz Marcolino e em tramitação na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, o qual trata da cota de tela para produções audiovisuais.
Também da reunião partiu a proposta para a criação da "Semana Municipal Leonardo Villar de Cinema", como forma de valorizar a produção cinematográfica local e proporcionar ao público em geral acesso às obras dos profissionais da área em Piracicaba.
"É notório que a produção cinematográfica de Piracicaba tem tido um grande crescimento, tanto quantitativa quanto qualitativamente. Isso se deve à grande mobilização dos produtores audiovisuais, que se organizam em grupos locais, regionais e estaduais para discutirem a produção de cinema, em especial do interior do Estado de São Paulo", destaca Silvia Morales, na justificativa do projeto de lei 178/2023.
"Apesar de já existir uma boa produção de filmes, os espaços de discussão e exibição em nosso município ainda são escassos", acrescenta a vereadora. Para o Coletivo Cena 14, a criação da Semana "fortalece esse movimento já iniciado pela sociedade civil, no caso, produtores e artistas do audiovisual".
Nascido em Piracicaba, em 25 de junho de 1923, Leonildo Motta adotou Leonardo Villar como nome artístico. Filho dos imigrantes espanhóis Antonio Mota Viñales e Concepción Fernández Pérez, ambos naturais de Estepona, na região de Málaga, ele era o mais jovem de sete irmãos.
Começou a carreira no teatro em São Paulo, no final da década de 1940, logo após se formar em 1948 na primeira turma da Escola de Arte Dramática, indo em seguida para o Teatro Brasileiro de Comédia, onde ficou por oito anos.
Sua estreia profissional foi na peça "A Raposa e as Uvas", de Guilherme Figueiredo e dirigida por Bibi Ferreira. Interpretou, na sequência, o personagem Pimentel em "A Falecida", de Nelson Rodrigues, em montagem da Companhia Dramática Nacional, e depois o personagem Finot em "Canção dentro do Pão", dirigida por Sérgio Cardoso.
Pelo Teatro Brasileiro de Comédia, fez as peças "Leonor de Mendonça", em 1954, e "Santa Marta Fabril S. A.", em 1955, ambas dirigidas por Adolfo Celi. Depois, atuou em "Um Panorama Visto da Ponte", de Arthur Miller, em 1958, pela qual ganhou os prêmios Saci e da Associação Brasileira de Críticos Teatrais.
Depois, tornou-se o protagonista Zé do Burro em "O Pagador de Promessas", peça de Dias Gomes e dirigida por Flávio Rangel, em 1960. Pela peça, recebeu mais uma vez o prêmio da Associação Paulista de Críticos Teatrais e o prêmio Governador do Estado de São Paulo. O personagem alçaria Leonardo Villar à fama mundial com a interpretação de Zé do Burro, agora para o cinema, na adaptação de "O Pagador de Promessas" dirigida por Anselmo Duarte em 1962. O filme, também indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, é até hoje a única produção brasileira a conquistar a Palma de Ouro no Festival de Cannes.
Os últimos trabalhos de Leonardo Villar no Teatro Brasileiro de Comédia foram "A Semente" e "A Morte do Caixeiro Viajante", também dirigidas por Flávio Rangel. Nos anos 1980, trabalhou em "Campeões do Mundo", com texto de Dias Gomes e direção de Antônio Mercado, e "Motel Paradiso", com texto de Juca de Oliveira e direção de José Renato. Em 2001, retornaria ao teatro com a peça "A Moratória".
O ator piracicabano estreou na TV em 1965, na novela "A Cor de sua Pele", da Tupi. Em 1972, estreou na TV Globo em "O Primeiro Amor". Também atuou em sucessos como "Escalada" e "Estúpido Cupido". Seu último trabalho em televisão foi na novela "Passione", entre 2010 e 2011, na qual interpretou o personagem Antero.
Em 1998, voltou a atuar no cinema em "Ação entre Amigos", de Beto Brant, depois em "Brava Gente Brasileira", de Lúcia Murat, em 2000, e em "Chega de Saudade", de Laís Bodanzky, em 2008.
"Leonardo Villar é considerado um dos melhores atores brasileiros e reverenciado entre seus colegas de profissão. Seu temperamento reservado e tímido nunca fez dele uma estrela, mas sempre escolheu os papéis e fez as participações que quis", ressalta Silvia Morales.
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