Em reunião, médicos explicam aspectos da lei de planejamento familiar
Dependência química exige intervenção em rede, segundo terapeuta
Transmissão ao vivo promovida pelo Parlamento Aberto discutiu a prevenção da dependência química
Parlamento Aberto entrevistou Gustavo Pompeo, Euclídia Fioravante e Vandrea Novello
A live do Parlamento Aberto discutiu as implicações e a prevenção da dependência química nesta segunda-feira (21). A transmissão ao vivo reuniu o vereador Gustavo Pompeo (Avante), Vandrea Novello, terapeuta ocupacional e coordenadora da Rede de Atenção Psicossocial de Piracicaba, e Euclídia Fioravante, secretária da SMADS (Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social).
Na ocasião, foi destacada a integração de órgãos públicos para formulação de políticas públicas efetivas de prevenção e tratamento da dependência química.
“É necessário trabalhar intersetorialmente para resolver esse problema, precisamos de uma discussão ampla no município”, disse Euclídia. A secretária ressaltou que a problemática demanda a articulação de diferentes órgãos municipais e estaduais, com reunião de casas de acolhimento, como Centro POP (especializado para pessoas em situação de rua), Programa Recomeço, do governo do Estado de São Paulo, entre outros.
“Precisamos estimular a regularização das comunidades terapêuticas, precisamos ter espaços que ofereçam esse atendimento”, completou.
A terapeuta Vandrea Novello pontuou que a dependência química é um transtorno biopsicossocial, ou seja, que reúne aspectos biológicos, psicológicos e sociais. Ela acrescentou que a doença exige uma intervenção em rede. “A junção de poderes e serviços é necessária para atuar de forma efetiva”, disse.
Segundo o vereador Gustavo Pompeo, a dependência química é uma reação natural do corpo, que em alguns casos tem maior incidência. “Por mais que todo mundo tenha essa possibilidade de se tornar dependente químico, mesmo que seja em graus diferentes, a dependência é um tabu”, pontuou.
O parlamentar ainda defende que, ao contrário do senso comum, a porta de entrada para as drogas é o álcool. “Os dependentes ingerem uma substância que causa desordem, o corpo entende que precisa dessa substância para gerar sensação de recompensa, que se compara a que sentimos quando comemos depois de sentirmos fome”, explicou.
O vereador conta que a formulação de políticas públicas para enfrentamento à dependência química é um compromisso de seu mandato. “A dependência química é um dos meus pilares de vivencia, sei como pode ser destrutivo para uma família”, disse o parlamentar que tem pai e irmão dependentes químicos.
Vandrea apontou que existe uma predisposição genética para a dependência, que pode ser aumentada de acordo com situações desconfortáveis na vida. “Quanto mais pensarmos no suporte para os adolescentes, com espaços de convivência, mais podemos falar em prevenção”, disse. A terapeuta ainda pontuou que existe atendimento público municipal para transtornos psíquicos e dependência química, como o Capes A.D. (Centro de Atenção Psicossocial – Álcool e Drogas) e as unidades do PSFs (Programa Saúde da Família).
Euclídia destacou a campanha com foco no fortalecimento dos vínculos familiares como fator protetivo do uso de drogas, promovida pelo Governo do Estado e apoiada pela Prefeitura de Piracicaba. “Muitas vezes uma pessoa acaba experimentando uma droga porque não tem informações sobre o que ela pode ocasionar”, disse. Para a secretária, a família pode auxiliar a conscientização e a prevenção da dependência.
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