
Semana de prevenção ao uso de álcool e outras drogas promove roda de conversa
Fórum Permanente de Saúde Integral e Bem-Estar Social promoveu evento, no salão nobre da Câmara, que abriu a "Semana de Prevenção ao Uso de Álcool e Outras Drogas"
Salão nobre da Câmara recebeu reunião pública na tarde desta segunda-feira
Crédito: Rubens Cardia (MTB 27.118)A abertura oficial da "Semana de Prevenção ao Uso de Álcool e Outras Drogas" teve a realização, na tarde desta segunda-feira (23), de reunião pública, no salão nobre da Câmara, que trouxe informações sobre a rede municipal de atendimento em saúde mental e provocou reflexões sobre a importância de debater o tema.
O público que acompanhou o evento compartilhou opiniões relacionadas à necessidade de fortalecimento dos serviços de saúde, à defesa de restrições para a venda de bebidas alcoólicas, aos efeitos nocivos dos sites de apostas e do uso de celulares e à visão de que a prevenção em transtornos de saúde mental passa pelo maior acesso às informações sobre o assunto.
O evento promovido pelo Fórum Permanente de Saúde Integral e Bem-Estar Social, que é presidido pelo vereador Gustavo Pompeo (Avante), contou com palestras ministradas pela psicóloga Nely Tedesco, especialista em dependência química, e pela terapeuta ocupacional Carolina Albuquerque Alves, coordenadora de saúde mental na Secretaria Municipal de Saúde.
"Estamos rodando a cidade e falando de prevenção. O que está faltando é informação séria: precisamos de fato fazê-las chegar a quem precisa. Estamos longe do ideal, mas começamos a caminhar de mãos dadas", disse Gustavo Pompeo, sobre o trabalho que o Fórum vem fazendo ao dialogar com órgãos com atuação na área.
O vereador comparou o uso de drogas "como um solvente que deixa dor, sofrimento e feridas abertas". Ele defendeu a ampliação dos serviços oferecidos pelo município em saúde mental. "Estamos conversando com o prefeito sobre a necessidade do Caps 3 em Piracicaba e também sobre os convênios com as clínicas terapêuticas", comentou.
Carolina iniciou sua fala abordando a definição ampla de saúde pela Constituição Federal e a lei 10.216/2001, conhecida como "Lei Paulo Delgado", que estabelece princípios e diretrizes para a assistência em saúde mental, com base "em evidências e características mais técnicas, substituindo o modelo manicomial por atenção mais humanizada e comunitária".
A terapeuta ocupacional também destacou o impacto da portaria 3.088/2011, que criou a Rede de Atenção Psicossocial (Raps), um sistema articulado de serviços de saúde mental que inclui desde a atenção básica até a especializada em diferentes níveis de complexidade, como Centros de Atenção Psicossocial (Caps), leitos em hospitais gerais e unidades de acolhimento.
A forma como a rede pública de saúde está estruturada em Piracicaba para atender casos de saúde mental e pessoas sob efeito de álcool e outras drogas também foi detalhada por Carolina, que separou os serviços entre atenção primária à saúde (UBSs, PSFs e Consultório na Rua), especialidades (Caps AD), urgência e emergência (UPAs e Samu) e hospital (Casa de Saúde Bezerra de Menezes).
A coordenadora de saúde mental na Secretaria Municipal de Saúde defendeu que o paciente que busca tais atendimentos esteja sob um plano "de cuidado e retorno ao território de onde saiu", de modo que o acolhimento não desconsidere o contexto em que a pessoa afetada esteja inserida. "O cuidado não pode ser fragmentado. E não pode ser unilateral, pois precisa ser construído de maneira conjunta", disse, sobre a importância de haver "interesse, participação e troca" do indivíduo em tratamento.
Nely traçou um histórico dos grupos de mútua ajuda, que surgiram em 1935, nos Estados Unidos, tendo como característica principal, desde então, a identificação que se constrói entre seus membros. Ela também refletiu sobre os 12 passos que guiam o processo de recuperação de pessoas que integram irmandades anônimas.
"É onde o indivíduo vai aprender a gerir a vida dele. Os 12 passos são uma nova forma que capacita para como vou viver. 'Só por hoje', porque o que passou não vai ter conserto. É uma irmandade, uma literatura específica que não se vende em livraria, porque tem que experienciar", afirmou a psicóloga.
Integrantes do Executivo estiveram presentes no evento. "Temos certeza de que cada um aqui tem a sua luta interior e também luta pelas pessoas sob dependência química. Enquanto estivermos ocupando uma cadeira no Poder Público, essa luta será constante e diária, para acolher as pessoas naquilo que elas têm de fragilidade", disse o vice-prefeito e secretário municipal de Saúde, Sérgio Pacheco Jr.
"Apesar de o uso de substâncias psicoativas não ser o foco na política de assistência social, o que gera o uso dessas substâncias tem se colocado como um olhar importante na assistência social do município", ressaltou a secretária municipal de Assistência e Desenvolvimento Social e Família, Fernanda Varandas.
O subinspetor Marcos Alexandre Rodrigues, comandante da Guarda Civil Municipal, citou ações da corporação contra o uso de substâncias psicoativas. "A segurança está sempre caminhando junto para que nossa sociedade tenha uma qualidade de vida dentro desse sistema complexo de saúde e também de bem-estar social."
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