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Joshua Strul, de 90 anos, visitou a Câmara e ministrou palestras em escolas, onde relatou os horrores da guerra
Família de Joshua Strul sobreviveu "milagrosamente", quando não conseguiu embarcar em vagão com destino a campo de concentração
Crédito: Guilherme Leite - MTB 21.401“A rotina no campo era de pânico, angústia, medo e incerteza do que aconteceria no dia de amanhã, se iríamos viver ou não”, essa é a lembrança de Joshua Strul, com a visão de uma criança de oito anos, quando viu as forças nazistas chegarem à cidade de Moinesti, na Romênia, onde ele vivia com a família. Hoje, prestes a completar 90 anos, ele compartilha a experiência como sobrevivente do Holocausto judeu, durante a Segunda Guerra Mundial, com a esperança de que essa história jamais se repita.
Joshua Strul esteve na Câmara Municipal de Piracicaba esta semana, a convite do vereador André Bandeira (PSDB). A presença dele na cidade se deve à celebração do Dia da Lembrança, instituído na cidade através do Decreto Legislativo nº 8/2011 e da Lei Municipal 6.316/2008, e destinado à discussão sobre os horrores do Holocausto. O sobrevivente da guerra também ministrou palestras aos estudantes das escolas Liceu e Anglo.
Em entrevista à TV Câmara, Joshua Strul contou como a imposição das leis raciais pelo regime nazista impactou a rotina da família dele, que vivia do comércio e teve seus bens confiscados, em 1941. Com muitos filhos, os pais dele não conseguiram fugir do País antes de serem levados a viver confinados com outros judeus em barracões de madeira, em uma cidade vizinha, com telhado de zinco, onde passavam por um calor escaldante no verão e frio rigoroso no inverno.
Drama real – Uma das piores coisas, segundo o sobrevivente, era a fome. A família dele sobreviveu através das cascas de legumes que a mãe dele trazia da casa onde trabalhava como cozinheira. O irmão caçula, porém, com apenas dois anos de idade, morreu de inanição e frio. Joshua Strul conta ainda que os judeus levavam no peito a estrela amarela que os identificava e amplificava os efeitos da discriminação.
Em 1943, o grupo com que ele vivia foi levado para uma estação, onde a maioria embarcou em vagões de gado, com destino no momento desconhecido, mas depois identificado como campo de concentração de Auschwitz. Para Joshua, milagrosamente, os vagões já estavam todos abarrotados e sua família, assim como outras pessoas, não puderam embarcar e tiveram que retornar para o campo para aguardar outra oportunidade de transporte, o que não aconteceu até a libertação pelas forças soviéticas.
A família de Joshua Strul ainda viveu um período em Israel antes que ele seguisse para o Brasil, em 1956, a convite de um irmão mais velho que já havia se estabelecido no País. À nação que o acolheu, garantiu trabalho, liberdade e a oportunidade de construir uma família, o sobrevivente diz ser eternamente agradecido. Vivendo em São Paulo desde então, ele dedicou a vida ao comércio e batalhou para se libertar dos traumas da infância em guerra.
As tragédias do período ele guardou para si mesmo, sem revelar até mesmo para a esposa, com quem se casou em 1959. Isso até 2001, quando ele leu a reportagem sobre uma publicação que negava a existência do Holocausto. Joshua Strul se sentiu na obrigação de compartilhar a experiência vivida, o que ele tem feito através de palestras e eventos, principalmente destinados aos jovens. “A educação é uma ferramenta poderosíssima de esclarecimento”, defendeu. “Para o povo de Piracicaba, desejo que seja abençoado, que lute pela harmonia entre os seres humanos, para não insuflar ódio a ninguém, evitar Fake News e bullying, para não ser induzido a erro”.
Dia da Lembrança – O vereador André Bandeira destacou que o Dia da Lembrança foi instituído em Piracicaba por iniciativa do ex-vereador João Manoel dos Santos, orientado por outro sobrevivente do Holocausto, Jaime Rosenthal, já falecido. O trabalho hoje é desempenhado na cidade pelos filhos dele, Daniel e Marcelo. Esta é a 15ª edição do evento, que já impactou mais de quatro mil alunos de escolas estaduais e particulares.
“É importante que possa ser compartilhada essa história de vida, não é o que está meramente em um livro ou um vídeo. É a fala com a propriedade de quem viveu”, avaliou o vereador. "E, infelizmente, temos vivido coisas muito difíceis na sociedade, que levam à desinformação, que levam crianças e jovens a tomarem atitudes muito tristes. É importante termos exemplos, lições de vida para valorizarmos o que temos”.
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