A Câmara Municipal de Piracicaba sediou, na tarde desta terça-feira (24), uma reunião com instituições públicas e privadas para debater a elaboração de um calendário conjunto de ações e atividades a serem desenvolvidas ao longo de março, mês em que se celebra, no dia 8, o Dia Internacional das Mulheres.

O encontro, proposto pelos gabinetes das vereadoras Rai de Almeida (PT) e Sílvia Morales (PV), do Mandato Coletivo “A Cidade é Sua!” - que até o final do ano passado eram Procuradoras-Especiais da Mulher da Câmara -, teve a participação de representantes do Conselho Municipal da Mulher, do Cram (Centro de Referência de Atendimento à Mulher), das secretarias municipais da Educação, de Governo e de Esportes, Lazer e Atividades Motoras, da Diretoria Regional de Ensino de Piracicaba, do Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), do Sesi (Serviço Social da Indústria), da CDL de Piracicaba (Câmara de Dirigentes Lojistas), da Comissão da Mulher da OAB Piracicaba, da Guarda Civil Municipal e da Polícia Militar do Estado de São Paulo.

“Essa reunião está sendo chamada pelos nossos gabinetes já que, por ora, ainda não há a indicação das procuradoras-especiais da Câmara para este ano. No entanto, achamos por bem tomarmos essa iniciativa já que o 8 de março está aí e precisamos nos organizar”, explicou Rai de Almeida.

De forma semelhante, Sílvia Morales lembrou que, “nesses dois anos como procuradoras, em conjunto com a Rede de Atendimento e Proteção às Mulheres de Piracicaba, organizamos diversas ações e atividades sobre essa temática e buscamos fazer o mesmo neste ano".

Propostas –  Foram analisadas, durante a reunião, possíveis datas para o evento de abertura das atividades alusivas ao 8 de março, a ser realizado na Câmara, e também uma outra data para a realização de uma palestra ou roda de conversa sobre o tema da violência contra a mulher, a ser sediada no Sesc Piracicaba (Serviço Social do Comércio), com especialistas sobre o assunto. Também foi definida a elaboração e divulgação conjunta de um calendário que contemple todas as atividades das entidades para o mês de março.

Os participantes também alinharam detalhes sobre a elaboração e lançamento de uma campanha - com cartazes e outras mídias -, voltada a sensibilizar a população em geral, em diversos espaços públicos e privados, sobre a prevenção e combate à violência contra as mulheres. A ideia é baseada em uma campanha bem-sucedida realizada na Espanha, que foi apresentada ao grupo pela professora da Unesp (Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”), campus Rio Claro, Célia Regina Rossi.

As artes gráficas da campanha ficarão a cargo do Senac, que buscará trabalhar o conteúdo a ser proposto pelas entidades com os alunos da instituição.

Ainda durante o encontro, foi apresentada por João Scarpa, membro do Mandato Coletivo "A Cidade é Sua!", a ideia de que a exposição “Vestígios” - que pôde ser vista no hall de entrada da Câmara Municipal de Piracicaba no final do ano passado -, torne-se itinerante, e percorra diversas escolas da rede pública estadual. Ele também propôs a construção, de forma colaborativa, de uma espécie de dicionário/cartilha com temas e expressões considerados machistas a serem evitadas.

Durante a reunião, também foi apresentada a possibilidade de realização de atividades conjuntas com o Cram e outros órgãos/entidades com o objetivo de discutir a temática da violência contra a mulher junto à população em geral e aos profissionais das áreas de saúde e educação do município.

SOS Mulher - A Tenente Débora Baboni Dominiqui, da Polícia Militar, também pontou que, além das ações preventivas e educativas contra a violência, que as campanhas e ações precisam reforçar junto à população os meios disponíveis para se denunciar tais práticas, seja pelos telefones 190 (Polícia Militar) ou 193 (Guarda Civil Municipal), seja por meio de um aplicativo para smartphones especialmente criado para isso:

“Muitas pessoas não sabem, mas a Polícia Militar desenvolveu um aplicativo, o SOS Mulher, voltado a mulheres que obtiveram na Justiça medidas protetivas contra agressores. É importante que esse aplicativo seja divulgado nessas campanhas já que pouquíssimas mulheres o conhecem, mesmo as com medidas protetivas. (...) ao baixar o aplicativo, basta a mulher cadastrar essa medida protetiva, e há uma espécie de um botão do pânico que, ao acioná-lo, o atendimento recebe prioridade frente a algumas ocorrências do 190”, explicou a Tenente.

O calendário oficial com os eventos a serem realizados pelas entidades será em breve divulgado pelo grupo.