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Data com origem no início do Século XX foi oficializada na cidade em 1978, um ano após ter sido promulgada pela ONU
Marcha em São Petersburgo, em 1917, que marcou a luta da mulher no mundo
Nesta quarta-feira, o mundo celebra mais uma vez o 8 de Março, data em que a luta política das mulheres é evidenciada. Promulgada pela ONU (Organização das Nações Unidas) em 1977, a cidade de Piracicaba também aprovou uma legislação específica para que fosse o município se mobilizasse em torno da memória de tantas ativistas que deram a vida pela emancipação feminista.
O fato é destaque da edição especial do Achados do Arquivo, uma produção realizada a partir de uma parceria pelo Departamento de Comunicação e o Setor de Gestão de Documentação e Arquivo, que integra o Departamento Administrativo e Documentação da Casa.
Proposta pelo vereador João Cláudio Ângeli no projeto de lei 12/19178, o “Dia Internacional da Mulher” foi sancionado em Piracicaba pelo prefeito João Herrmann Neto com a Lei 2.320, de 31 de maio, que pode ser verificada, na íntegra, no SIAVE do site oficial da Câmara.
Em seu artigo 1º, a legislação determina: “O Dia Internacional da Mulher será oficial e condignamente comemorado pelo município, através de seus órgãos competentes, a 8 de março de cada ano.”
“Há uma alteração na redação entre o projeto original e a lei que acabou sendo sancionada”, explica Giovanna Calabria, chefe do Departamento de Gestão de Documentação e Arquivo da Câmara. Proposta da Comissão de Educação, Cultura, Saúde e Assistência Social – na época, formada pelos vereadores Antônio Messias Galdino, Geraldo Bernardino e Pedro Saltador – ao invés de constar apenas “Dia da Mulher”, a lei municipal também incluiria “Dia Internacional da Mulher”.
A justificativa da comissão foi para que se evitasse “uma inoportuna duplicidade”, já que o maior engloba o menor. “Se já temos um dia ‘internacional’, não se necessita instituir um dia municipal para render homenagens à mulher”, concluiu o colegiado na Câmara.
“O Dia Internacional da Mulher é uma data para rememorar as conquistas femininas e refletir constantes e ainda presentes lutas por igualdade e equiparidade”, reforma Giovanna, ao lembrar que a edição especial do Achados do Arquivo presta homenagem às 16 vereadoras que já ocuparam uma cadeira na Câmara. “Dezesseis mulheres corajosas que entraram no ambiente historicamente masculino que é o Poder Legislativo”, destaca.
ORIGEM DA DATA - A Marcha das Mulheres por Pão e Paz, ocorrida na Rússia em 1917, é um dos eventos que se destaca. Em 8 de março daquele ano, em plena 1º Guerra Mundial, mulheres na cidade de São Petersburgo se mobilizaram para pedir melhores condições de vida. Outras entidades, como o movimento operário, aderiram à mobilização, em um evento que ficou marcado como o início da Revolução Russa de 1917.
Outro acontecimento marcante foi o incêndio na fábrica de roupas Triangle Shirtwaist, em Nova York, em 25 de março de 1911. A tragédia matou 146 pessoas, entre elas 123 mulheres, e revelou as desumanas condições de trabalhos a que que eram submetidas, baixos salários, exaustivas jornadas e insalubridade. O número de vítimas reforçou as condições cruéis, já que as vitimas não tiveram chance de fugir, uma vez que as portas estavam trancadas – prática adotada pela fábrica para impedir pausas e descansos durante o expediente. A tragédia se transformou em um marco por melhores condições de trabalho.
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