No início do Século 20, a cidade se preparou contra 8ª praga do Egito
Nascimento da filha de Dom Pedro 1º ganhou destaque em Piracicaba
A frente das casas foi iluminada por três dias, seguido de cânticos na Matriz, em saudação à quarta filha do Imperador, que mais tarde se tornaria a princesa de Joinville
Retrato por Franz Xaver Winterhalter
Aos nove dias do mês de outubro de 1824, o juiz presidente da Câmara, José Caetano Rosa, convocou os vereadores e o procurador da então Vila da Constituição, que mais tarde passaria a ser Piracicaba, para abrir ofício do excelentíssimo presidente da Província, datado de 23 de agosto daquele ano, sendo que na mesma oportunidade também foi lido ofício do reverendo vigário da Vila, onde foi lavrado edital para que fosse iluminada a frente das casas, pelo nascimento de uma princesa, filha do Imperador Dom Pedro 1º, Francisca Carolina de Bragança, posteriormente conhecida como a princesa de Joinville/SC.
Já no dia 17 de outubro, daquele mesmo ano, em ata de sessão, folhas 51, consta que na Vila da Constituição, da Fidelíssima Comarca de Itú, da qual Piracicaba pertencia, na residência do juiz presidente da Câmara, José Caetano Rosa, transcorreu-se a convocação dos vereadores, que mediante a presença dos integrantes da Igreja, juntamente com o povo, realizaram cânticos, em saudações, onde a Matriz e a frente das casas ficaram todas iluminadas, seguindo as comemorações por três dias.
Princesa Francisca Carolina de Bragança (1824-1898) foi a quarta filha de Dom Pedro 1º e Dona Leopoldina. Ela foi a princesa que deu o primeiro nome à maior cidade do Estado de Santa Catarina. Nascida no Palácio de São Cristóvão, Rio de Janeiro, D. Francisca cresceu ao lado dos irmãos, D. Pedro de Alcântara (posteriormente imperador D. Pedro 2º do Brasil), Paula Mariana e D. Januária. Seu nome foi escolhido por seu pai, como forma de homenagear o rio São Francisco, em Minas Gerais.
Os registros destas manifestações na cidade estão inscritos em ata, preservada e sob a guarda do Setor de Gestão de Documentação e Arquivo da Câmara Municipal de Piracicaba, ligado ao Departamento Administrativo e de Documentação.
A publicação integra a série "Achados do Arquivo", criada pelo setor de Documentação, em parceria com o Departamento de Comunicação Social, com publicações no site da Câmara, todas às sextas-feiras, é uma forma de tornar acessível ao público as informações do acervo da Casa de Leis.
Francisca perdeu sua mãe, D. Maria Leopoldina, com menos de três anos de idade. Aos sete anos, ela viu o pai, D. Pedro 1º (IV de Portugal), sua madrasta (Amélia de Leuchtenberg) e sua irmã mais velha (a futura Maria II de Portugal) partirem para Lisboa. A princesa cresceu sob educação extremamente rigorosa.
Em 1837, Francisco Fernando de Orléans, príncipe de Joinville, aportou no Brasil a caminho da Ilha de Santa Helena, onde deveria buscar os restos mortais de Napoleão Bonaparte e levá-los de volta à França. Durante sua escala, ele foi recebido pelo imperador D. Pedro 2º e conheceu sua irmã, a jovem princesa D. Francisca.
Francisco Fernando, um almirante, era o terceiro filho do rei Luís Filipe I de França e da rainha Maria Amélia de Bourbon-Nápoles. Retornou ao Brasil em 1843, casando-se com a princesa no dia 1º de maio daquele mesmo ano. O casal seguiu então na fragata "La Belle Poule" para a França.
A pintura que ilustra este texto retrata a Princesa Francisca, e é intitulada La Princesa de Joinville, por Ary Scheffer, 1844. Encontra-se em Paris, no Musée de la Vie Romantique.
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