O vereador José Antonio Fernandes Paiva (PT) participou na manhã de segunda-feira (20) de protesto dos trabalhadores da metalúrgica Dedini S/A no Centro Cívico. Cerca de 500 funcionários participaram do ato e reivindicam o salário atrasado de junho, além do pagamento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e das férias. 

Na quarta-feira (15), a empresa comunicou que vai demitir 700 pessoas, sendo 450 na planta de Piracicaba e outras 250 em Sertãozinho. A manifestação contou com trabalhadores das quatro áreas da empresa (administrativo, mecânica, fundição, caldeiraria). 

De acordo com Paiva, “não tinha outra alternativa a ser adotada pelos metalúrgicos do grupo Dedini a não ser suspender os trabalhos até que os acionistas voltem com o processo de negociação”. O vereador salientou que cerca de 180 pessoas que aceitaram o processo de demissão têm até seis parcelas da verba rescisória a receber. “Hoje os trabalhadores buscaram apoio do prefeito, mas a angustia deles já foi trazida por nós em setembro do ano passado, quando realizamos reunião pública na Câmara e sugerimos um plano para que os impactos do desemprego fossem atenuados e que os futuros empregos fossem preservados”, disse, lembrar que nada foi feito. “Infelizmente, nem todos entenderam a urgência que tínhamos levantado no ano passado.” 

MOÇÃO DE APELO – Em 18 de setembro do ano passado, o vereador José Antonio Fernandes Paiva protocolou moção de apelo ao prefeito Gabriel Ferrato (PSDB) para que tomasse medidas para inibir os efeitos do desemprego em Piracicaba e também propusesse medidas para ampliar vagas no mercado de trabalho. Tenha acesso ao texto integral da moção de apelo 183/2014 abaixo. 

O documento foi resultado da reunião pública na Câmara de Vereadores, um dia antes, e que havia convidado o secretário municipal de Trabalho e Renda, Sérgio Fortuoso, o secretário de Desenvolvimento Econômico, Tarcisio Mascarim, a secretária de Desenvolvimento Social, Eliete Nunes, a diretora regional da Sert em Piracicaba, Maria José dos Santos, o presidente do Conespi, Fânio Luis Gomes, o presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Euclides Baraldi Libardi, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, José Florêncio da Silva, e a população em geral para discussão de plano de enfrentamento dos impactos da redução de postos de trabalho. 

Entretanto, o encontro contou apenas com o secretário Sérgio Fortuoso (Semtre), a secretária Eliete Nunes (Semdes) e outros representantes da Prefeitura, além de Euclides Libardi, presidente do Simespi, e de integrantes da Comissão Municipal de Desenvolvimento Econômico (Comedic) e de membros do Conselho das Entidades Sindicais de Piracicaba (Conespi). 

REQUERIMENTO – Como não houve manifestação do prefeito em relação à moção, em 5 de fevereiro deste ano, o vereador Paiva protocolou o requerimento 075/2015, que solicitava informações ao Executivo sobre Plano Municipal de Enfrentamento aos Impactos do Desemprego. 

No documento, o vereador questionou se o prefeito tomou conhecimento do teor da moção 183/2014, aprovada pela Câmara de Vereadores de Piracicaba, e se foi solicitado ao secretário de Desenvolvimento Econômico, Tarcisio Mascarim, que elaborasse estudos para atender demandas levantadas na reunião pública. 

Ainda no documento, o vereador pergunta se o Executivo elaborou o Plano Municipal de Enfrentamento aos Impactos do Desemprego como sugerido pela moção. “Se sim, favor enviar cópia. Se não< explicar as razões da decisão”, diz o texto. Além disso, Paiva questiona quais ações do Executivo para inibir os impactos do desemprego. 

Mesmo com o envio do documento, “para a surpresa do mandato”, conforme diz texto da assessoria de Paiva, “no dia 12 de março chegou à Câmara de Vereadores um ofício do prefeito pedindo o dilatamento do prazo para responder o requerimento”. 

AUDIÊNCIA PÚBLICA – Outro fato que deixou o vereador Paiva indignado foi a declaração do secretário Sérgio Fortuoso (Semtre), na audiência pública convocada pelo presidente do Legislativo, Matheus Erler, a pedido do Conespi, para discutir assuntos sobre políticas de geração e manutenção de emprego em Piracicaba. 

Sérgio Fortuoso disse que desconhecia tanto a moção quanto o requerimento aprovados pela Câmara de Vereadores. “Como pode um representante do Executivo, que cuida justamente desta pasta, não ter conhecimento do apelo da Câmara feito em setembro do ano passado, e do nosso requerimento que, por lei, o Executivo tem que responder em 15 dias”, disse Paiva. “Isso mostra o desprezo da prefeitura sobre um problema que está afetando muitas famílias da nossa cidade”, concluiu o vereador. 

O vereador Paiva avalia que “as conversas recentes convocadas pelo prefeito” pretendiam esvaziar a audiência pública. “O pior é que o desempregado de Piracicaba continuará sem ter propostas da Prefeitura no sentido de auxiliá-lo nesse período tão difícil, apesar da nossa cobrança feita desde setembro do ano passado”, concluiu.