Representantes do Caps (Centro de Atenção Psicossocial Infanto-Juvenil) reuniram-se nesta terça-feira (29) com Pablo Carajol, integrante do mandato coletivo A Cidade É Sua, da vereadora Silvia Morales (PV), para discutir a crescente demanda de atendimentos junto a adolescentes.

Coordenadora do Caps e também da Raps (Rede de Atendimento Psicossocial), Vandrea Novello falou sobre a necessidade de uma estruturação em políticas voltadas para o desenvolvimento dos adolescentes. "Um espaço de informações somente sobre a adolescência no site da Prefeitura já seria muito importante", ressaltou.

Vandrea reforçou que, quando se pensa a política de atenção básica, a adolescência sempre fica "por último na fila de prioridades", o que pode culminar no número alto de pessoas nessa faixa etária que recorrem ao Caps, atualmente com 9 mil prontuários. Ela aponta o exemplo de São Paulo (SP), que tem uma secretaria voltada apenas para a adolescência.

Também presentes na reunião, psicólogas e enfermeiras do Caps e da rede de saúde de atenção básica do município apontaram a importância da presença de psicólogas educacionais e assistentes sociais nas escolas, conforme prevê a lei 13.935/2019. Elas citaram ainda o Programa Saúde da Família, também com atuação nas escolas, com a possibilidade de trabalhar temas importantes para os adolescentes.

Consenso entre as profissionais e também reforçada por Vandrea, a importância do desenvolvimento dos adolescentes em seu território foi defendida na reunião. "É no bairro onde eles vivem que são necessários programas sociais, de cultura, esporte e lazer. É importante valorizar onde os adolescentes são socializados. Quando não há essas atividades, projetos preventivos, consequentemente os adolescentes vão acabar vindo ao Caps", ressaltou Vandrea.

Carajol afirmou que é "urgente a necessidade do diálogo entre a sociedade, o Executivo e o Legislativo para que estejam pensando e agindo em torno de políticas públicas para a sociabilidade de adolescentes". Ele sugeriu convidar secretarias municipais para apresentar o cenário atual do Caps e as limitações para a própria Rede de Atendimento.

"É preciso trazer secretários municipais, como por exemplo os de Educação, Assistência e Desenvolvimento Social, Esportes, Cultura e Desenvolvimento Econômico e Trabalho, e apresentar a problemática da demanda alta no Caps Infanto-Juvenil para fazer essa discussão e pensar políticas específicas para a juventude", observou Carajol.

O integrante do mandato coletivo falou sobre a possibilidade de uso da Escola do Legislativo, da Câmara, como um espaço para cursos e oficinas sobre o universo da adolescência e sugeriu uma consulta ao Fórum dos Direitos da Criança e do Adolescente, proposto pelo vereador Pedro Kawai (PSDB) e recém-aprovado na Casa.

Entre as propostas definidas ao término da reunião estão a criação de um espaço permanente de formação e capacitação de profissionais da rede com relação à temática da juventude e a elaboração de um mapeamento municipal de políticas públicas, programas e projetos para essa parcela da população, a ser feito por instituições públicas, sociedade civil e entidades.