Moradora do Campestre relata problemas de infraestrutura do bairro
“Sentimento é de que não há política cultural definida”, diz professor
Victor Kraide Corte-Real ocupou a tribuna popular da Câmara, na noite desta quinta-feira (11), durante a 44ª reunião ordinária.
Victor Kraide Corte-Real ocupou a tribuna popular na noite desta quinta-feira (11)
Crédito: Fabrice Desmonts - MTB 22.946Professor universitário e membro do Comcult (Conselho Municipal de Cultura), Victor Kraide Corte-Real ocupou a tribuna popular, na noite desta quinta-feira (11), durante a 44ª reunião ordinária da Câmara, para apontar críticas à condução das ações da Administração para o setor. “O sentimento é de que não há política cultural definida”, disse, ao destacar decisões como a recente extinção do OAP (Observatório Astronômico de Piracicaba)”.
Docente há 25 anos, Corte-Real defendeu que “a educação deve prevalecer, no sentido de proporcionar crescimento intelectual”, ao lembrar que, inaugurado em 1992, na gestão do ex-prefeito José Machado (PT), o OAP foi denominado, em 2016, de Elias Sallum, personalidade da comunidade sirio-libanesa na cidade, após aprovação da Câmara. “Uma homenagem que, com a desativação do observatório, se torna vazia”, ressaltou.
Em relação à transferência da Pinacoteca “Miguel Dutra” para o Armazém 14A do Engenho Central, o professor argumentou que “não é simplesmente uma mudança de lugar ou de um prédio”. Ele pontua que o espaço representa “um patrimônio construído com o objetivo de estar ali com outros motivos (de preservar e expor obras de artes)”, disse, ao defender que “a cidade não ganha (com a mudança)”.
“O Engenho é muito querido por todos piracicabanos, de intenso uso para eventos e festas, então, destinar a Pinacoteca, que já tem uso, para este novo local, significa que a cidade perde, porque deixaremos de ter um patrimônio”, reforça Corte-Real.
Ele enumerou que a Pinacoteca abriga cerca de mil obras e que a transferência do acervo não pode ser feita sem cuidados específicos. “Tem seguro (sobre as peças) envolvido, então, não pode ser feita sem responsabilidade”, disse, ao enfatizar que tanto o Engenho Central quanto a Pinacoteca “precisam de atenção do poder público”, definiu.
Corte-Real salientou que investimento em cultura e arte é, principalmente, em pessoas. “Piracicaba carece disso, de transporte para que se possa visitar as exposições, no sentido de formar o público com o valor da arte e dos próprios artistas”, acrescentou. “Porque não tivemos o Salão de Belas Artes e o Salão de Arte Contemporânea”, questionou.
A rejeição de requerimento, na Câmara, que pedia explicações do prefeito Luciano Almeida a respeito da política cultural do Município, também permeou a fala de Corte-Real. “É lamentável (que não tenha sido aprovado), é um sentimento de que o prefeito não poderia vir e sanar estas dúvidas, porque as coisas não estão certas para a transferência”, disse.
Também foi criticada, pelo orador popular, a suspensão do Comcult, determinada pelo secretário municipal de Ação Cultural, Adolpho Queiroz.
“Arte é um patrimônio, é um sentimento, onde são depositadas emoções. Arte é muito mais que um quadro na parede para deixar uma sala mais bonita. Uma sociedade sem a devida atenção à arte e à cultura é mais triste, menos crítica e menos sensível. Eu considero a arte um aspecto de pura emoção, porque aquece o coração e ilumina a nossa mente”, concluiu.
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