A vereadora Silvia Morales (PV), do mandato coletivo A Cidade É Sua, esteve nesta terça-feira (24) no evento oficial em celebração ao centenário da Estação Experimental de Tupi – Horto Florestal. A programação teve início com um café da manhã seguido de falas que resgataram a história do Horto, desde sua criação até a Estação se tornar o que é hoje: referência de pesquisa e educação ambiental. Ao final, a vereadora participou do plantio da árvore-símbolo do centenário do Horto de Tupi, com uma muda de Pau-Brasil, espécie vencedora do concurso lançado pelo Horto.

O presidente da Associação dos Moradores do Distrito de Tupi, Carlos José Marco da Silva, o Chitão, ressaltou em sua fala a importância do Horto para os moradores do bairro, que cresceram "vivenciando" o espaço. Ele relembrou momentos de luta pela continuidade do trabalho e da conservação da Estação, que passou por um período de instabilidade com a possibilidade de venda do local.

Chitão destacou que a manifestação pacífica da comunidade —ato em que as pessoas abraçaram simbolicamente o lago do Horto, dando as mãos em seu redor— foi essencial para que a venda não ocorresse. "Esse momento demonstrou quão importante é a unidade, não somente para a preservação ambiental e para os trabalhos de educação ambiental que são desenvolvidos, mas também para a vida das pessoas que prezam por um momento de conexão com a natureza", disse.

Especialista ambiental do Instituto de Pesquisas Ambientais, Maria Luisa Bonazzi Palmieri chamou a atenção para as parcerias realizadas pelo instituto com a Prefeitura por meio da Simap (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Meio Ambiente), Fundação Florestal, Esalq-USP, Oca-Esalq, Associação dos Moradores do Distrito de Tupi, Escola Estadual "Pedro de Mello", Diretoria Regional de Ensino e Oji Papeis, entre outras, "que são imprescindíveis para a boa gestão e o funcionamento das atividades desenvolvidas pelo Horto".

Dentre as atividades, destacam-se os programas de educação ambiental "Educatrilha nas Escolas", voltado às crianças; "Vem pro Horto", voltado à comunidade em geral, e "Bacia Caipira", voltado às pessoas da terceira idade. Para Maria Luisa, os programas vão além da educação ambiental, pois promovem a cultura, a saúde e o bem-estar. São baseados, continuou, em pesquisas e também são objetos de pesquisa, acentuando o papel do Horto na valorização científica e sua interação com a comunidade.

A gestora da Estação Experimental de Tupi, Rosa Maria Galera Gonçalves, enfatizou "a garra, o apoio e a determinação" da equipe de funcionários, que enfrentaram desafios a cada gestão, inclusive quanto ao reflorestamento de grande parte da área que integra o Horto.

As mudas, destacou Rosa, "foram escolhidas a dedo" pela equipe em parceria com o Viveiro Municipal de Mudas, dando preferência a árvores frutíferas, com o intuito de atrair mais pássaros ao fragmento florestal "e, quem sabe algum dia, concretizar um corredor ecológico até o rio Piracicaba", que fica a 5 quilômetros de distância. Segundo a gestora, dos 198 hectares do Horto, 157 são áreas reflorestadas, o que representa "a atenção e o trabalho dedicado ao local".

"É uma honra participar da celebração desse marco histórico dos 100 anos do Horto Florestal de Tupi, que durante sua trajetória muito contribuiu para o avanço científico das pesquisas ambientais e para a educação ambiental no município e no Estado. Mais do que isso, é um privilégio poder contar com fragmentos florestais que nos convidam a conectar com a natureza através do lazer e da contemplação. Essa integração da comunidade com a conservação do meio ambiente criou um vínculo de pertencimento e hoje contribui para a promoção da saúde e a qualidade de vida da comunidade", parabenizou Silvia Morales.