EM PIRACICABA (SP) 23 DE OUTUBRO DE 2014

Setores estudam como reduzir poeira nas estradas rurais

Gilmar Rotta convocou reunião na Câmara e pretende apresentar projeto de lei; Sema estuda aplicação de vinhaça nas estradas




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Secretarias municipais, setor sucroalcooleiro e Cetesb participaram de encontro

Crédito: Suelen Faria


O excesso de poeira nas estradas rurais, em especial com as mudanças climáticas, mobiliza diferentes esferas de Piracicaba. Os governos paulista e municipal, além do setor sucroalcooleiro, discutiram o assunto na Câmara nesta quinta-feira, 23, em reunião agendada pelo vereador Gilmar Rotta (PMDB). Entre as alternativas estão o uso da vinhaça no solo e a adequação dos caminhões.

Gilmar Rotta apresentou a intenção de um projeto de lei que torna obrigatória a adequação dos escapamentos dos caminhões, atualmente virados para baixo, para que a fumaça seja expelida pela lateral ou pela parte superior. Gilmar está confiante na aceitação das empresas, pois a adaptação não demandará custos substanciais. Com a medida, a estimativa é que 20% da poeira seja dissipada.

O próximo passo é se reunir com lideranças da Cooplacana (Cooperativa dos Plantadores de Cana do Estado de São Paulo) para discutir o projeto. Ele defende aplicação de multa para os reincidentes e o prazo de 90 dias para adequação, além da instalação de placas indicativas para recomendar a redução da velocidade. Tão logo ocorra a aprovação do projeto, o vereador pretende percorrer a região para a publicização das mudanças.

A Sema (Secretaria Municipal de Agricultura e Abastecimento) estuda a possibilidade de aplicar a vinhaça nas estradas rurais. Apesar de constituir uma alternativa eficiente para selar a poeira, há uma norma que proíbe o seu uso, estabelecida pela Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental). Profissionais da secretaria tentarão a diluição do produto, também conhecido como restilo, com pedregulho, cascalho e lajão britado.

Ainda não há uma data definida para a medida entrar em vigor porque a Sema irá consultar a Cetesb, além de verificar a aplicação adequada no solo. “Utilizar caminhões pipa nas estrada é humanamente impossível, não apenas pela falta d’água, mas pela extensão da zona rural de Piracicaba”, explicou o secretário Waldemar Gimenez.

Caso a medida seja tecnicamente viável, a Sema terá o apoio da Raízen no fornecimento do restilo, conforme mencionou Luís Carlos Libardi, que representou a empresa do setor energético na reunião, acompanhado de Débora Barros. “Temos feito nossa parte, com placas solicitando a redução da velocidade nas estradas e a distribuição de avisos aos motoristas.”

A representante da Cetesb, Rosângela Aparecida da Silva, disse que a preocupação com o uso da vinhaça nas estradas é com o mau cheiro, que atrai ainda moscas. Também no período da chuva, informou ela, há o risco de os resíduos seguirem para os rios e provocar a mortandade dos peixes. Mas nada impede que a prefeitura faça uma consulta ao órgão, a partir da nova fórmula, e consiga autorização. 

A reunião desta quinta-feira contou ainda com a presença de José Rodolfo Penatti, da Coplacana; Luciana Maria Pavan, da Secretaria de Saúde; Ludmar Romanini, da Secretaria de Defesa do Meio Ambiente; além de Ozório de Almeida Leite Filho e Carlos Alberto Spolidoro, ambos da Sema.

MOTIVAÇÕES – Gilmar Rotta já havia apresentado, em outubro, a indicação 3.062/2014, cobrando da Sema um posicionamento sobre as proximidades da Estrada José Francisco Gonzáles (PIR-290) e da Ponte Lalita Maria Elias Sierra, no bairro Canal Torto. 

Este seria o primeiro trecho contemplado com a aplicação da vinhaça, já que ele recebe, em média, 300 caminhões por dia, por servir de interligação entre as usinas de cana-de-açúcar e a Rodovia Geraldo de Barros (Piracicaba-São Pedro). “Sei das limitações da prefeitura, especialmente neste período de estiagem, mas não posso deixar de buscar alternativas para essa sofrida população”, disse o vereador. 

Gilmar Rotta lembra que este é um problema de aflige toda a população da zona rural, compreendida por 128 bairros e 2.500 quilômetros de estradas rurais. “Com uma atuação muito voltada para a população desses bairros, nosso gabinete se tornou uma espécie de 156 da zona rural”, destacou o vereador, ao citar aumento dos problemas respiratórios dos moradores dessas regiões.

Zona Rural Gilmar Rotta

Texto:  Rodrigo Alves - MTB 42.583

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