Ao fazer uso da tribuna, durante a 5ª Reunião Ordinária, o vereador Renan Paes (PL) comunicou que protocolou na Câmara, nesta segunda-feira (17), projeto de lei que visa proibir o Poder Público municipal de contratar shows, artistas e eventos abertos ao público infanto-juvenil "cujo repertório envolva expressão de apologia ao crime organizado ou ao uso de drogas".

"O exemplo deve começar do Poder Público, apesar de eu ser contra o Poder Público contratar qualquer tipo de show. Vamos desencorajar a conduta criminosa. Temos um aumento muito grande da participação de menores em diversos tipos de crimes e, portanto, que a Prefeitura não dê esse mau exemplo", disse Renan Paes.

O vereador fez o anúncio após exibir, no telão do plenário, vídeo em que crianças simulam o uso de tornozeleira eletrônica. "Isso é fruto do mau exemplo. Antigamente, quando a pessoa ia presa, na família as pessoas tinham vergonha. Hoje virou motivo de orgulho, e isso acaba trazendo um mau exemplo, pois enaltece a conduta criminosa."

"Eu nasci e cresci em favela", disse Renan Paes, que mostrou a carteirinha de sua mãe, Lázara, como moradora do Jardim Planalto e membro da antiga Asfap (Associação dos Favelados de Piracicaba). "Vi muitos dos meus amigos serem presos, outros mortos, outros viraram trabalhadores excepcionais, alguns empresários."

"Eu tive exemplo de tudo. Tivemos na minha rua gente que foi baleada, esfaqueada, corpo achado. Esse foi o ambiente em que eu cresci. Errado está aquele que diz que o meio não influencia; e o meio —diferentemente do que muita gente de direita diz, de que o meio não influencia— influencia, sim; tem sua parcela de influência nas pessoas", continuou.

"Agradeço a Deus por não ter sido influenciado pelas más condutas e ter sido influenciado por boas condutas. Fui motoboy, depois entrei para o Exército, fui para a Polícia Militar e aqui estou, com toda essa vivência e tentando trazer o melhor para a população", completou o vereador.