Na abertura e no encerramento da segunda reunião do Fórum Permanente em Defesa da Praça José Bonifácio, na noite desta quarta-feira (20), na Sala B do 2º Andar do Prédio Anexo da Câmara de Vereadores de Piracicaba, o vereador Lair Braga (SD) criticou a ausência de Eliete Nunes, secretária municipal de Desenvolvimento Social, e disse que irá convoca-la para que explicar o serviço realizado pela Pasta para amenizar a situação dos moradores de rua no local. 

“Ela não está desrespeitando este vereador, está desrespeitando o Legislativo, o Município e o munícipe que paga o salário dela”, disse. “Todo mundo está preocupado com a Praça, só ela que não”, indaga o parlamentar, que considerou “fato muito grave” a ausência dela e de qualquer um representante da Smads. “Vamos convoca-la para saber de que forma ela pretende resolver a situação.” 

Lair Braga ainda vai avaliar qual dispositivo legal irá utilizar para convocar a secretária municipal. Mas além do Fórum em Defesa da Praça José Bonifácio, o parlamentar preside a Comissão Permanente em Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania, que tem, entre outras prerrogativas, a convocação de representantes de órgãos do poder público municipal. 

Não foi somente o vereador que criticou a atuação da secretária municipal Eliete Nunes em relação à população de rua na Praça José Bonifácio. Vice-presidente da CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas), Antonio Pedro de Carvalho disse que já conversou com a tituar da Smads e não obteve resposta satisfatória quanto à atuação para amenizar a situação de moradores no ponto turístico. 

“Ela precisaria estar aqui para ouvir os reclamos da população, dentre eles os lojistas”, disse, logo após a reunião do Fórum. Carvalho avalia que grande parte das demandas em torno da Praça José Bonifácio está ligada ao Desenvolvimento Social. 

PROJETO - Instituído pelo projeto de decreto legislativo 40/2018, o Fórum reuniu os secretários municipais José Otávio Machado Mentem (de Defesa do Meio Ambiente, Sedema) e Evandro Evangelista (Trabalho e Renda, Semtre), representantes da CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas) e da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Unimep (Universidade Metodista de Piracicaba). 

A Sedema apresentou projeto para intervenções pontuais na Praça José Bonifácio. Dividido em três fases, a primeira deve se iniciar em cerca de um mês, com a demolição da guarita dos ciclistas da Guarda Civil Municipal (GCM), instalação de piso tátil (para deficientes visuais) do ponto de ônibus na rua XV de Novembro até o Poupatempo Estadual e plantio de gramas nos berços das árvores.

Já a segunda fase prevê a demolição da fonte, mas com a manutenção dos equipamentos para ligação de uma nova em outra oportunidade. Embora criticada, o secretário Mentem acredita que a medida irá contribuir para inibir moradores de rua que aproveitam o espaço para tomar banhos, e irá diminuir a possibilidade de acúmulo de água, o que evita criadouros do mosquito da dengue. 

Ainda na segunda fase, está previsão da instalação de seis luminárias do estilo São Paulo Antigo, nivelamento de carteiro e academia ao ar livre. 

A terceira fase, ainda em estudo, deverá ser mais voltada à requalificação paisagística, com o plantio de espécies arbóreas e frutíferas. Este trabalho levará em consideração a diminuição de pombos na Praça, com o objetivo de tornar o espaço menos insalubre. “Acreditamos que, até o final deste ano, teremos uma praça muito melhor do que temos atualmente”, disse Mentem. 

Com a finalização das obras, a Semtre prevê a reorganização dos 15 espaços para o comércio. “Estamos fazendo um projeto casado. Quando finalizar a parte do piso, começamos a realocar os espaços dos ambulantes”, disse Evangelista. 

Professora de Arquitetura e Urbanismo da Unimep, Alessandra Queiroz defendeu a Praça José Bonifácio como “um espaço da diversidade”. Ela defende o trabalho de campo para conhecer ainda melhor o local. “Ali é a representatividade de toda a cidade, por isso a gente tem que ouvir as diferentes falas e estar presentes em vários momentos do dia e da semana”, disse.