Wagnão defende transparência no atendimento público de saúde
Paulo Camolesi defende foco de ação e coerência em novo mandato
Eleito pelo PDT, liderança com base em comunidade religiosa retorna à Câmara após quatro anos.
Torneiro mecânico aposentado, Paulo Camolesi é direto ao definir sua formação política: “é fruto da minha atuação na Paróquia São Paulo Apóstolo, no bairro Jardim Ipanema.” É na tradição de comunidade religiosa, “onde o voluntariado é o que nos move”, avalia, que ele se organiza para o segundo mandato, agora pelo PDT, e o retorno à Câmara depois de quatro anos – obteve 1.390 votos no dia 15 de novembro.
“São 51 anos de serviços, contribuindo na organização da liturgia, dos cânticos e na preservação dos instrumentos musicais da comunidade em um trabalho semanal, sendo a maior parte deles ao lado da minha esposa Teodora Christofoletti, com quem estou casado há 38 anos”, detalha. Fruto do casamento, os seis filhos apoiam as atividades políticas. “Fui eleito graças ao trabalho da minha filha Maristela”, recorda.
Mas a vida político-partidária de Camolesi é resultado, mais especificamente, da criação, em 2006, do chamado “Grupo Cidadania”, na mesma paróquia, em que um grupo de fiéis (e amigos) se reuniam para buscar melhorias sociais naquela região e também discutir a atuação nas questões da cidade a partir dos valores da Igreja Católica, “voltado ao bem comum, à empatia com as pessoas mais necessitadas”, lembra.
Dali surgiu a intenção de criar o Mandato Coletivo, um grupo que acompanha Camolesi desde então. Contribuiu na primeira eleição, em 2008, em que não conseguiu entrar na Câmara, e em 2012, quando venceu, na ocasião pelo PV. E a sua conduta é marcada pelas decisões do grupo. “É onde sempre consultei para tomar minhas ações de mandato, sobretudo em questões mais sensíveis”, aponta.
Em se tratando de “questões mais sensíveis”, Camolesi aponta o consenso do Mandato Coletivo em não aceitar o valor do reajuste dos subsídios dos vereadores, em 2013, que saiu de R$ 6,5 mil e alcançou o patamar atual de R$ 10,9 mil. “Foi uma decisão que me gerou perseguições e muitas dificuldades”, recorda. Porém, mesmo agora em outro mandato, pretende manter a decisão de não receber a diferença financeira e fazer doações.
“Como a Justiça me deu ganho de causa, em 2019, então tenho mais tranquilidade de sempre apoiar algum projeto social com este valor”, salienta. Em setembro daquele ano, cerca de R$ 100 mil acumulado do período em que foi vereador foi doado a entidades. “É o que pretendo fazer desde o primeiro mês do meu novo mandato”, salienta.
Quanto à ação do mandato, o vereador eleito faz uma autoavaliação e diz que “quer fazer diferente” em relação ao período de 2013-2016. “Naquela ocasião, eu tentei montar diversos grupos nos bairros, mas acabou que apenas um permanece até hoje, então eu acredito que preciso dar mais foco na atuação a partir de janeiro”, defende. “Acho que, desta forma, conseguirei levar com mais agilidade as demandas da população”.
Mas há outro desafio do mandato que se inicia em janeiro de 2021 que o vereador considera mais difícil de superar: a ausência dos conselhos (“e das críticas”, destaca) do amigo e assistente social Totó Danelon, falecido em setembro deste ano, antes do início da campanha. “Era alguém que eu ligava sempre que tinha alguma dúvida na minha atuação”, recorda. “Nesta campanha, tive diversos momentos em que pensava nele, mas aí me lembrava que não está mais entre nós”, diz, com saudade.
Aos 68 anos, completados no dia 10 de novembro, Paulo Camolesi sabe que precisa olhar para o futuro. Único vereador do PDT, participa de um processo de reformulação do partido na cidade. “Quero contribuir para essa renovação, trazer novos quadros e revigorar essa importante causa que é defendida pela legenda, que é o trabalhismo”, concluiu.
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