EM PIRACICABA (SP) 11 DE MARÇO DE 2020

População idosa é mais educada no trânsito, diz agente, em palestra

Discussão sobre trânsito seguro fez parte de ação do Fórum sobre Educação para o Trânsito da Câmara, no Sesc Piracicaba




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Sesc Piracicaba e Semuttran são parceiros da Câmara no Fórum para o Trânsito

Crédito: Guilherme Leite - MTB 21.401


Os idosos são mais educados no trânsito, mais pacientes, têm mais prudência e respeitam mais a sinalização. A avaliação é da agente de trânsito Graziella Rizza, que ministrou a palestra Trânsito Seguro, no Sesc Piracicaba, na tarde desta quarta-feira (11). A ação fez parte do Fórum Permanente sobre Educação para o Trânsito da Câmara de Vereadores de Piracicaba.

Apesar das boas característica da população da terceira idade no trânsito, é indispensável que esse público se atente a cuidados básicos, como olhar para os dois lados ao atravessar a rua e redobre a atenção ao descer do ônibus. Para Graziella, esses cuidados são necessários porque os demais condutores tratam com preconceito os idosos, sejam como pedestres ou motoristas.

Segundo Graziella, Piracicaba é uma cidade de 400 mil habitantes e mais de 300 mil veículos, o que a caracteriza com um cenário de trânsito inflado. “Quando se fala em trânsito, a primeira lembrança é de um engarrafamento. Mas é um pouco mais que isso: é o comportamento em sociedade. As pessoas adotam posturas individuais e, como consequência, 94% dos acidentes continuam sendo causados por falha humana”, esclareceu ela, que atua na Semuttran (Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes de Piracicaba).

Antes das considerações de Graziella, o vereador Isac Souza, que coordena o Fórum para o Trânsito na Câmara, trouxe detalhes das discussões realizadas nas reuniões desde o ano passado, na Câmara, com a participação do poder público e diferentes entidades, entre elas o Sesc. “Das questões levantadas, esteve a acessibilidade, tema que interessa ao público da terceira idade", declarou.

Entre as funções do Fórum está a de despertar na sociedade a cultura de paz e de tolerância no trânsito, lembrou o vereador, que acompanhou os depoimentos da terceira idade sobre os principais problemas encontrados no dia a dia da cidade. Ele disse que os apontamentos contribuirão para nortear as ações do Fórum na Câmara. “Temos a consciência que determinados processos são mais lentos, justamente por estarem ligados a questões educacionais e culturais da sociedade. Nossa intenção é que todos possam usufruir de um trânsito mais seguro e de uma forma mais eficiente”, completou Isac.

Para o técnico em programação do Sesc Piracicaba, Adriano Antonio da Costa, as informações apresentadas na palestra servirão para que os idosos levem para si e orientem seus filhos e netos. “A atividade fez parte do trabalho social com idosos que o Sesc Piracicaba desenvolve às terças e quartas, às 14h. Como instituição, buscamos nos envolver com a sociedade em discussões sobre o momento em que vivemos. No caso do trânsito, temos questões importantes, que têm a ver com toda a sociedade”, disse.

PROBLEMAS – Em uma breve enquete entre os aproximadamente 100 presentes, 40% se declararam condutores. Sobre o quesito idade versus direção, Graziella lembrou que o CTB não determina idade máxima para dirigir. A avaliação se a pessoa deve ou não continuar com a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) cabe ao médico do Detran (Departamento de Estradas de Rodagem).

Graziella levantou com os presentes o que eles consideram os principais problemas do trânsito na cidade. Os dois primeiros itens mencionados foram o descumprimento das leis e o uso indevido das vagas reservadas aos deficientes e idosos. Eles também reclamaram da imprudência dos motociclistas.

A agente de trânsito exibiu uma reportagem sobre a história de motoristas acima dos 100 anos. Além disso, o público acompanhou uma sequência de fotografias de acidentes em Piracicaba. Em um dos casos, o veículo colidiu em um poste, pois a motorista estava ao celular na avenida Professor Alberto Vollet Sachs. Além desse exemplo, ela demonstrou ocorrências ligadas ao desrespeito à sinalização, ao excesso de velocidade e ao abuso de álcool. A agente de trânsito citou também que o uso do celular ao volante é considerado a quarta infração de trânsito na cidade em 2019.

Ao responder a uma das dúvidas, Graziella informou que a preferência de travessia nas vias públicas é do pedestre, quando não há faixa ou semáforo na via. Porém, se houver estes equipamentos, é preciso que ele respeite a sinalização. “Se o pedestre estiver na travessia e o sinal abrir, é obrigação do motorista aguardar”, esclareceu.

Após a palestra, a agente da Semuttran conduziu os idosos para uma atividade prática: a simulação de como deve ser uma travessia segura na faixa de pedestre com a presença apenas de semáforo para o motorista. Rita de Cássia Otiz e Lima, de 66 anos, disse sentir os problemas de educação dos motoristas. “Vou todos os dias ao Clube Cristóvão Colombo, por ser próximo da minha casa. Sempre que tento atravessar a faixa de pedestre, nenhum carro para. E, quando isso acontece, sempre há algum outro motorista que avança enquanto estou atravessando. Falta muito respeito”, disse.

Segundo Graziella, a Semuttran recebe sugestões e denúncias de irregularidades no trânsito pelos telefones 3401-1111 e 3401-1110.

Fórum de Educação para o Trânsito Isac Souza

Texto:  Rodrigo Alves - MTB 42.583
Supervisão de Texto e Fotografia: Valéria Rodrigues - MTB 23.343

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