A Procuradoria da Mulher, da Câmara Municipal de Piracicaba, e integrantes da chamada Rede de Proteção e Atendimento às Mulheres buscam “união de forças” para levar ao Governo do Estado de São Paulo as demandas para investimentos na Delegacia de Defesa da Mulher. Na quarta-feira, 30, uma reunião extraordinária – convocada por conta dos recentes casos de feminicídio e violência de gênero na cidade – recebeu a titular da DDM, a delegada Monalisa Fernandes dos Santos, que pontuou as dificuldades no órgão.

“Faz 15 anos que atuo na DDM e posso dizer que não medimos esforços para atender quem chega até nós, mesmo tendo tantas dificuldades em nossa estrutura ao longo deste período”, explicou Monalisa. Ela informou sobre a aposentadoria de três escrivães e a reposição de apenas uma, além de poder contar com apenas duas estagiárias.

A delegada ressaltou que casos como do feminicídio de Carolina Dini Jorge, no último dia 24, “são situações que sensibilizam a sociedade e são complexos, além de urgentes”, explicou, e o desafio é realizar um trabalho efetivo de apuração para que as informações contribuam com todo o processo de julgamento e possível condenação. “Para isso, precisamos de pelo menos de três a quatro funcionários e um investigador a mais”, disse.

A vereadora Rai de Almeida (PT), uma das procuradoras da mulher na Câmara, criticou a maneira como o Governo do Estado trata a DDM, “de maneira diferenciada em relação a outros órgãos de segurança, sem colocar como uma política de governo”, disse. Ao longo do encontro desta quarta-feira, a posição do grupo foi envolver os deputados estaduais com domicílio eleitoral na cidade para buscar sensibilizar a Secretaria de Segurança em relação às necessidades de maiores investimentos na estrutura de investigação e proteção.

Também participaram as procuradoras especiais da mulher na Câmara, vereadoras Silvia Morales (PV), do mandato coletivo “A Cidade É Sua”, e Ana Pavão (PL). “Eu tenho sentido o desejo do poder público municipal, assim como dos parlamentares com domicílio na cidade, em abraçar essa causa de forma bastante consistente”, disse Ana, ao sugerir que as pautas sejam levadas em um encontro que possa envolver outros agentes políticos.

A reunião também recebeu integrantes da Prefeitura de Piracicaba, como Sueli Regina Chiaranda, da secretaria municipal de Governo; representantes do CRAM (Centro de Referência no Atendimento à Mulher) e da Smads (Secretaria Municipal de Atendimento e Desenvolvimento Social), da Polícia Militar, da assessoria do vereador Paulo Camolesi (PDT), da assessoria do deputado Alex de Madureira e  da OAB Piracicaba.

Dentre as principais demandas está a construção de novo prédio da DDM, o aumento do efetivo para atendimento ao público e a atuação do órgão durante 24 horas, principalmente aos finais de semana, quando acontecem boa parte dos casos de violência contra a mulher. Também será buscada uma reunião com representantes da Delegacia Seccional, com o prefeito Luciano Almeida (União Brasil) e com o Ministério Público.

“Outra demanda que nos chegou é em torno da unificação das medidas protetivas com o sistema geral da Polícia, o que ampliaria a cobertura das mulheres que estão sob essa proteção e agilizaria os atendimentos”, disse a vereadora Rai de Almeida.