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Ampliar as políticas públicas ainda é desafio, diz Elisete Cristina Garcia, mãe de Huryel, que possui nível 3 do autismo; ela trouxe seu relato à vereadora Ana Pavão
Huryel tem 25 anos e possui nível 3 do transtorno do espectro autista
Crédito: Davi Negri - MTB 20.499“A mãe não pode achar que é a Mulher-Maravilha”.
A frase é de Elisete Cristina Garcia, de 46 anos, mãe de Huryel, de 25, e Leonardo, de 17. O primogênito recebeu logo pequeno o diagnóstico de transtorno do espectro autista nível 3, ou seja, o grau severo, e tem dificuldade nas interações sociais e prejudicada a capacidade cognitiva. Requer, portanto, cuidado integral.
Ex-moradora do Residencial Vida Nova, no bairro Gran Park, ela se mudou recentemente para uma casa simples no São Dimas, por não dar conta das despesas com o imóvel anterior. Elisete relatou seu histórico de lutas à vereadora Ana Pavão (PL), que integra a Procuradoria Especial da Mulher da Câmara Municipal de Piracicaba.
Na família de Elisete, cada membro recebe um quarto de salário mínimo como ajuda de custo para os cuidados de Huryel, o que é assegurado por lei. No entanto, isso a impede de ter um emprego com carteira assinada e, para complementar a renda, além da ajuda do caçula, atua como cuidadora de idosos à noite e na venda de roupas no Brechó Armário Azul, pela internet.
Ser mãe de autista é renunciar a si mesmo, garante Elisete. “Demorou um pouco, mas consegui esse amadurecimento. Quando você recebe o diagnóstico de que seu filho tem o transtorno do espectro autista, o mundo desaba. A rotina da casa tem que ser mudada complemente e toda a família tem que se envolver, para que ele seja amado”, diz. “Hoje eu tenho que abrir mão de tudo, para cuidar dele”, completa.
Ao longo dos anos, Elisete diz ter recorrido várias vezes às sessões de terapia, recomenda o mesmo procedimento às demais mães de autistas e defende a implementação de políticas públicas neste contexto. “A coisa mais importante a ser aprimorada é o cuidado da mãe. Quando você é bem resolvida, começa a olhar para o seu filho e pensa: que mal ele faz? E começa a ver que ele é grato pelo amor que recebe”, aponta.
Do ponto de vista de políticas públicas locais, Elisete batalha para que o município passe a fornecer a Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (Ciptea). O documento dá prioridade no atendimento e no acesso aos serviços públicos e privados e é está garantido pela lei federal 13.977/2020, a Lei Romeo Mion.
Elisete diz que procurou inicialmente o Cras (Centro de Referência da Assistência Social) e, depois, o Ministério Público, que lhe informou que a implementação compete ao município. Com a troca de gestão na prefeitura, do ano passado para este ano, o assunto não seguiu em frente no Executivo.
Ainda neste contexto, Elisete acredita que a pandemia do novo coronavírus agravou ainda mais o quadro de isolamento dos autistas, por causa da obrigatoriedade do uso de máscaras, o que impossibilitou uma simples atividade de lazer em parques e áreas verdes. O garoto também está sem frequentar a escola desde o início da pandemia. Nesse período, a mãe tem usado suas próprias redes sociais para fazer lives, sempre com Huryel no contexto.
Ela lista ainda duas situações, que seriam facilitadas com a carteirinha: “meu filho poderia utilizar o Uber sem uso de máscara no carro. Eu preciso desse transporte para levá-lo ao médico”, diz, ao completar: “se uma mãe precisa pagar uma conta na Lotérica, sem a carteirinha, o filho terá de esperar do lado de fora. Imagina se a criança tem uma crise e sai correndo na rua?”, indaga.
Como a busca pela melhoria das políticas públicas é recorrente, Elisete defende ainda a criação de um guia, ou uma espécie de cartilha, que traga todos os direitos das pessoas com transtorno do espectro autista.
As demandas serão levadas pela vereadora Ana Pavão às demais parlamentares que fazem parte da Procuradoria Especial da Mulher da Câmara: Alessandra Bellucci (Republicanos), Rai de Almeida (PT) e Silvia Morales, do mandato coletivo A Cidade É Sua (PV).
“Elisete é uma heroína e o nosso intuito é homenagear mães como ela, por terem uma rotina de cuidado a ‘pão de ló’. É, também, uma mãe que não se esqueceu do lado mulher, o amor que tem por si mesma é passado para o filho”, diz Ana Pavão, sobre o Dia das Mães, celebrado neste domingo (9).
Ana Pavão também se articulará com o seu gabinete para pensar no guia de orientação às mães autistas, sobre os direitos assegurados. “Como vereadora, cabe a mim buscar o diálogo com as secretarias municipais, para que a emissão da carteira de identificação seja providenciada com agilidade”, diz.
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